terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Londrina sedia discussão sobre a Política Estadual de Controle Ético de Cães e Gatos

A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos promoveu nesta segunda-feira (16), em Londrina, a terceira rodada de discussões para a elaboração da Política Estadual de Controle Ético de Cães e Gatos. O objetivo é traçar ações para o controle da população destes animais e definir políticas de proteção.
Um censo realizado pela ONG SOS Vida Animal aponta que Londrina possui cerca de 35 mil animais abandonados. O levantamento é realizado desde 2010 pela ONG, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, Universidade do Norte do Paraná (Unopar) e Centro Universitário Filadélfia (Unifil).
A representante da SOS Vida Animal, Cristina Tanaka, disse que a implantação da Política Estadual de Controle Ético de Cães e Gatos e da Rede Estadual de Proteção aos Animais está entre as ações do Governo do Estado mais aguardadas pelo voluntariado. “A nossa ONG foi fundada em 1989 e hoje conta com 12 voluntários, mas pouco podemos fazer diante da demanda que envolvem os animais", explicou Cristina. "Precisamos do suporte do governo para desenvolver o trabalho de forma adequada. A população não tem a quem recorrer e por isso a implantação desta política é tão necessária e urgente”, ressaltou.
Na abertura do evento, o secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, falou que os debates acontecerão em todas as regiões do Paraná com o objetivo de traçar ações definitivas para o controle ético da população de cães e gatos e de políticas de proteção animal. “A política do Paraná terá como eixos norteadores os cinco pilares recomendados pela Organização Mundial da Saúde, que são campanhas efetivas de esterilização de forma massiva e contínua, guarda responsável, controle e fiscalização de criadouros, campanhas de adoção e campanhas de identificação e registro”, explicou Cheida.
A nova política deve determinar ainda outras medidas como coibir as práticas que submetam os animais à violência e crueldade e incentivar para que os direitos dos animais sejam incluídos na educação ambiental.
A palestrante Sônia Felipe, filósofa da Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em ética animal, lembrou que falar sobre direitos dos animais é falar em direito à vida. Segundo ela, já foi comprovado cientificamente que os cães e gatos têm as mesmas experiências emocionais que o homem e guardam sentimentos de dor e medo, fazendo associações para o resto da vida. "Da mesma forma expressam a emoção quando são bem tratados e recebem carinho. Por isso, qualquer medida que seja adotada precisa levar em conta esta sensibilidade e a consciência física e mental do animal”, alertou Sônia.
A filósofa destacou que muitos levam um animal para casa como se fosse um brinquedo: "As pessoas têm que ter consciência de tudo que envolve ter um animal de forma responsável. Muitas pessoas, quando os animais apresentam algum problema de saúde, os descartam. Isso gera problemas relacionados aos maus tratos e ao abandono". Para ela, o Governo tem importante papel na tarefa de educar as pessoas sobre guarda responsável e proteção animal.
A coordenadora do seminário, Rosana Vicente Gnipper, disse que as propostas e dados levantados nos eventos realizados em Cornélio Procópio, Curitiba e Londrina serão compilados. "Estamos reunindo estas propostas que servirão de subsídio para a formatação da Política Estadual de Controle Ético da População de Cães e Gatos", antecipou.
O encontro aconteceu na sede do Instituto Agronômico do Paraná e contou com a participação de representantes de 12 municípios da região Norte.

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